terça-feira, 18 de agosto de 2015

Dia #8 Pontevedra-Caldas de Reis

O acordar foi rápido, já tinha as coisas arrumadas por isso em pouco tempo estávamos a caminhar. Saindo do albergue e seguindo as setas do Caminho, fomos parar ao centro da cidade onde, às 5h30, a festa ainda continuava, os bares e discotecas ainda estavam cheios de gente e música alta, as pessoas continuavam a beber e dançar na rua e a banda que ontem andava pela cidade a dar música ainda continuava a tocar, numa pequena praça, com imensa gente a dançar.

Saindo da cidade, entramos em caminho de bosque, sempre a subir, que parecia ser tão incrível como tem sido até agora, mas não dava para ver com o escuro. Paramos ao fim de duas horas, 10km, para comer alguma coisa. Já começávamos a sentir a fome, já era demasiado tempo a andar sem pequeno almoço, com apenas umas barras de cereais no estômago. 

Para pequeno almoço, antes das 8h da manhã, o Rui e a Marta comeram um hambúrguer, acompanhado por leite com Cola Cao, uma refeição estranha. Eu e o Dan comemos algo mais normal: pão com queijo e fiambre e sumo de laranja natural.

Aproveitei para tirar a máquina da mochila, para começar a registar o caminho e a beleza dos locais por onde passávamos. Continuamos a andar tranquilamente, fazendo bom ritmo, apenas a conversar, até que a rapariga de ontem, da Lituânia, nos apareceu à frente, afinal não tinha chegado a Caldas de Reis na noite anterior. Fomos falando pelo caminho, trocando histórias, até que ela me referiu uma coisa interessante: na Lituânia, uma vez por ano, têm um evento que consiste em fazer 100km de caminhada de orientação. Fazem 25km de cada vez, param por umas duas horas e depois continuam, com classificação no final. Achei algo interessante, que gostaria de experimentar um dia.

Chegamos a Caldas de Reis às 11h, bastante cedo, e o albergue apenas abria à 13h, pelo que tivemos de ficar lá a porta, para não perdermos o lugar. Com as festas de "San Roque" ainda a decorrer, por duas vezes passou por nós uma banda, esta bem maior que ontem em Pontevedra, constituída por pessoas de todas as idades. Um pouco depois, mais uns, com gaitas de foles e uns bonecos a dançar.

Depois de nos registarmos no albergue, tomarmos banho e irmos almoçar a um restaurante junto ao rio, falaram-nos da água termal. Tratava-se de um tanque, parecido com os de lavar a roupa, onde a água estava a 45ºC e era bom para recuperar os pés e as pernas. Depois de irmos lá experimentar para ver como seria, decidimos que iríamos buscar a roupa de piscina, como os calções de banho, e irmos completamente para dentro de água, relaxar. Enquanto íamos a albergue trocar de roupa, outra surpresa: a Lexie, a neozelandesa, estava lá, decidiu fazer a distância até Caldas de Reis, desde Pontevedra, para nos apanhar e seguir connosco. Juntos, fomos para o tanque de água termal e por lá tivemos pelo menos uma hora, a aproveitar o quão bem se estava dentro de água e a conhecer mais gente do Caminho. Por lá conhecemos mais uns portugueses, irmãos, que estavam a fazer o caminho, começando em Valença, mas a fazer mais de 40km por dia. Por um fazer provas de trail de distâncias superiores a 60km, está bem habituado a este tipo de coisas, pelo que decidiu puxar o irmão a fazer esse tipo de distâncias também.

Saímos da água termal, que por estar quente secava rápido, e fomos passear um pouco pela cidade. Enquanto estávamos num café, a ver ainda o grupo com as gaitas de foles, trocando umas histórias dos dias em que não tivemos juntos, decidimos ir jantar um pouco mais cedo, iríamos para o mesmo restaurante ontem nós antes tínhamos almoçado e por lá ficaríamos. A caminho encontramos um grupo de alemães, com quem já tínhamos estado é falado antes. Fomos todos juntos, ocupamos uma mesa de 8 com 12 pessoas. Entre umas cervejas, refrigerantes, tortilhas, saladas,...acabamos por ficar lá até ser de noite.

O pior depois foi, mais uma vez, arrumar a mochila. Uma vez que nos atrasamos um pouco com toda a conversa, na altura a que chegamos ao albergue já eram umas 21h30 e, embora não houvesse absolutamente ninguém por lá, às 22h desligaram as luzes, pelo que tive de arrumar o resto com a luz na testa a iluminar os meus movimentos. Acabei por deixar metade para amanhã, já não tinha paciência.

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