segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Meia Maratona de Braga

Partindo do base: ainda não estou em condições do meu joelho para grandes ritmo e/ou distâncias.
A Meia Maratona de Braga surgiu como uma hipótese há umas semanas, com o objetivo de ajudar uma amiga. Nenhum de nós está em grandes condições, cada um com os seus problemas físicos, que impedem de realizar provas com grandes tempos. Mais recentemente, arranjei um dorsal para a prova, quando um amigo acabou por não poder ir por motivo de lesão.
O primeiro problema surgiu logo antes da prova começar: fui de boleia com uns amigos para Braga, mas ainda não tinha o meu dorsal. Estando o carro estacionado ainda a 2km da partida, e sendo já 9 horas, lá fui a correr tentar levantar o dorsal. Acho que nunca tinha visto uma fila tão grande para levantar dorsal, parece que toda a gente decidiu deixar para a última. Tendo o dorsal na mão e o carro estacionado tão longe, acabei por deixar todas as minhas coisas no guarda roupa da organização.
Já com a minha amiga com quem ia fazer a prova, vamos para o bloco de partida. Já há bastante tempo que não fazia uma prova destas com tão pouca gente, eram cerca de 2 mil, comparado com mais de 10 que normalmente estão nas provas no Porto.
Começamos bem, eu não direi o ritmo, apenas fui sempre a acompanhá-la, que o objetivo era acabarmos os dois. Primeiros km's fomos a andar bem, a fazer ritmos abaixo dos 5'30'', estava a sentir-me bem. Nesta altura já sentia os meus gémeos a queixarem-se um pouco, mesmo estando com meias de compressão; não devia ter feito o treino de técnica de corrida no dia anterior.
A partir do km 6 começam os problemas, enquanto as minhas ligeiras dores não me impediam a corrida, a minha amiga começou também a ter algumas dores e abrandamos bastante o ritmo. As palavras "vou desistir" começaram a aparecer, mas isso não se aceita!
Vamos andando, devagarinho, agora a ritmos de 7'/km e pouco depois começa a subir. Quase 5 km de sofrimento, de muitas paragens para recuperar o fôlego, esticar um pouco os gémeos a doer e por água fria nas pernas.
Mais à frente e depois de alguns quilómetros demorados, o abastecimento dos 10km estava à vista. Junto do mesmo, uma ambulância da Cruz Vermelha, como em todas as provas. Quando questionados os bombeiros, afirmaram que não dispunham de gelo com eles, algo muito estranho, mas que nada podíamos fazer.
A subida depois do abastecimento foi a que mais custou, chegando a ter uma inclinação bastante acentuada nos últimos 200 metros. A partir daqui é a descer, mas com cuidado que também requere capacidade muscular para travar.
Recuperamos algum tempo na descida, fazendo ainda dois km's a 6'/km, longe de ser perfeito, mas ter algum ritmo nas pernas também ajuda mentalmente. Mas não demorou muito a que outras tantas situações surgissem, desta vez era mais o joelho, a minha amiga a ter de parar algumas vezes para descansar e também alongar um pouco os gémeos.
Por esta altura comecei eu a sentir os meus músculos. Para esta prova, uma vez que já sabia que iria fazer a ritmo mais lento, levei não só as meias de compressão, mas também os calções, para prevenir alguma fadiga. Ainda assim, na descida, em que apenas se vai a travar o peso do corpo, os quadricípedes já começavam a apresentar sinais de cansaço.
A distância foi passando devagar, com algumas paragens pelo caminho para recuperar. Passado a descida era agora parte do plano, passando ao lado da meta, mas ainda no km 15. 1h45 víamos no relógio da meta, ainda nos faltavam 6 km, bem sofridos.
Mesmo sabendo que não estava completamente em forma, decidi vir fazer esta prova, porque sabia que seria um esforço reduzido por ir a ritmo baixo. Ainda assim, não deixa de ser um risco. Um risco que comecei a recear a sério nestes últimos km's, quando o joelho começou a dar alguns sinais de dor.
Fomos andando, já sabíamos onde estava a meta, só nos faltava ir até ao ponto de retorno. Foram talvez os km's que mais demoraram a passar, com mais paragens é mais prolongadas, que a minha amiga já não aguentava o joelho. A perseverança é uma grande qualidade de uma pessoa, mas neste caso pode ser perigosa. O meu compromisso com a minha amiga foi fazer-lhe companhia até ao fim, puxar por ela com o único objetivo de acabar, sem tempo definido, mas há que perceber quando se deve parar, o corpo nem sempre aguenta o que a mente quer.
Começava genuinamente a ficar preocupado com ela, talvez fosse melhor não correr, ir a andar o resto do caminho, não temos pressa para lá chegar. Ainda assim, ela quis continuar. Vamos correndo, vamos parando e fazemos partes a passo. Assim fomos andando, os últimos km's começaram a ficar para trás, a meta estava à vista.
2h31min no relógio. Estava cumprido! O esforço requerido para esta prova foi mais que o esperado. O único objetivo era acabar. Mais importante que tudo: não desistir, apesar de tudo. E é por isso que tive bastante orgulho no esforço que a Rita aplicou, apesar de por vezes tenha chegado a pensar que foi um grande risco.
Eu acabei sem qualquer dor, nem no joelho nem em mais lado nenhum, os últimos km's planos permitiram-me recuperar o suficiente para não ter qualquer dor.

21,4km em 2h31min. Media 7'04''/km.
Km's:
1º - 5'41''
2º - 5'14''
3º - 5'26''
4º - 5'29''
5º - 5'58''
6º - 6'36''
7º - 6'07''
8º - 7'25''
9º - 7'38''
10º - 7'41''
11º - 9'49''
12º - 6'06''
13º - 7'38''
14º - 6'26''
15º - 7'30''
16º - 7'09''
17º - 7'02''
18º - 7'10''
19º - 9'00''
20º - 9'28''
21º - 7'55''
384 metros 2'35'' (média 6'44''/km)
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Classificação, embora indiferente, 2228 em 2247.

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